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Público·42 Filhos da Luz

Sophia e Abraxas: O Mistério da Queda, da União Alquímica e da Reintegração

Caríssimos peregrinos.

 

Desde os primeiros movimentos gnósticos no ocidente, dois nomes se erguem como pilares da sabedoria oculta: Sophia e Abraxas.

 

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Ambos personagens gnósticos são mais que símbolos, eles são arquétipos vivos que narram a epopeia espiritual de toda a humanidade caída, da sua queda à reintegração, da fragmentação de Adam Kadmon em Adam Belial à plenitude de Adam Elyon.

 

Eis as fases de queda humana:

 

Adam Kadmon – arquétipo de luz.

Adam Belial – homem corrompido pela queda.

Adam Belti-Tzurah – homem sem forma.

Adam Protoplasma – homem biológico, matéria bruta.

Adam Ha-Rishon – primeiro homem terreno.

Adam Tachton – homem inferior atual.

Adam Elyon ou Adam Christos – homem superior, homem celestial, homem reintegrado pela Gnose / Logos / Christos.

 

Veremos como ocorre todo esse processo de queda e reintegração.

 

 

Sophia: A Sabedoria que Desce para Dar Vida

 

Sophia, “Sabedoria” em grego, é o sagrado feminino que ousou transpor os limites do Pleroma (plenitude), movida por um anseio de conhecer e criar.

 

Dessa sua ousadia nasceu o Demiurgo, seu filho imperfeito, Yaodabaoth, aquele que moldou criaturas do barro sem alma, ou seja, formas materiais vazias de vida.

 

Contudo, Sophia, em compaixão, desceu às regiões inferiores e soprou sua centelha vital sobre esses corpos inertes. Ao fazê-lo, Sophia não apenas deu-lhes vida, mas também gravou em cada ser a centelha de luz que concedia a possibilidade evoluir e fazer o retorno à Origem divina de Luz.

 

Essa centelha é o sopro que ainda arde em cada alma humana.

 

Assim, Sophia é simultaneamente a Eva caída e a Madalena redentora, pois Sophia partilha da condição caída de sua criação, mas permanece como a guia invisível que conduz todas as almas, masculinas e femininas à reintegração.

 

 

Abraxas: O Filho Caído e o Filho Redimido

 

Na figura de Abraxas, vemos o destino do próprio filho de Sophia.

 

Abraxas é, ao mesmo tempo, o cego Yaodabaoth que cria e aprisiona as almas, mas que redimido, aprende a reconciliar o que ele mesmo fragmentou.

 

Sua imagem normalmente é retratada com a cabeça de galo (despertar espiritual), corpo humano (emoções humanas) e pernas de serpente (instintos animalescos).

 

Neste arquétipo, Abraxas simboliza a totalidade dos opostos. Ele é sombra e luz, prisão e libertação.

 

No mistério gnóstico mais profundo, Abraxas é o Demiurgo que, tocado novamente pela Sabedoria de sua Mãe, aprende a trabalhar pela reintegração de todas as criaturas que ele mesmo moldou.

 

 

A Queda: Adão e Eva

 

Esse drama cósmico Sophia e Abraxas foi codificado no mito de Adão e Eva.

 

A queda no Éden representa o mergulho da centelha na matéria.

 

A serpente, símbolo de Sophia e de Abraxas, traz tanto a queda quanto a promessa de despertar.

 

A árvore do conhecimento, longe de ser apenas um sinal de culpa pela queda que causou, é o prenúncio de uma ciência ainda maior: a sabedoria que conduz a imortalidade de cada unidade humana.

 

 

A Reintegração: Jesus e Maria Madalena

 

Se a queda é narrada em Adão e Eva, a reintegração encontra sua expressão em Jesus e Maria Madalena.

 

Jesus desabrocha em si o Cristo, o Logos divino. Já Madalena manifesta a Cris-Sophia, o aspecto feminino da Gnose.

 

Juntos, eles realizam no plano terreno o que Sophia e Abraxas representam no plano cósmico: a reconciliação dos opostos.

 

Mas esta reconciliação não se deu apenas em palavras ou símbolos. Ela se concretizou naquilo que os alquimistas chamaram de bodas alquímicas, a comunhão sexual das duas polaridades espirituais. Pois o casamento sagrado não é metáfora, mas prática iniciática em que o masculino e o feminino se unem não apenas no corpo (orgasmo), mas na alma (amor) e no espírito (iluminação).

 

 

As Bodas Alquímicas: A Comunhão Sexual da Gnose

 

Na tradição gnóstica e hermética da Ecclesia Lux, a Alquimia Sexual é a arte secreta pela qual duas almas, polarizadas em positivo e negativo, masculino e feminino, tornam-se uma só chama, o andrógino original.

 

O que no plano humano parece ato físico banal, vulgar e lascivo, no plano oculto é um sacramento cósmico muitíssimo sagrado.

 

Sophia, ao descer, uniu sua centelha às formas inertes; assim também o iniciado une sua polaridade à da sua contraparte, despertando ambos forças adormecidas que ganham vida no astral.

 

O sopro de Sophia é repetido nas uniões alquímicas, onde a alma masculina e a alma feminina se reconhecem como espelhos.

 

Essa união não é prazer vulgar, mas ciência sagrada: a energia criadora, sublimada e transmutada, ascende como fogo serpentino, purificando corpo, aquecendo a alma e iluminando a mente espiritual.

 

Assim, no ato em que dois se tornam um, ambos reencontram sua origem comum no Uno.

 

As bodas alquímicas, portanto, são a chave da reintegração.

 

A divisão que causou a queda será curada pela a união sexual que reintegra as almas sagradas.

 

O que foi separado em Adão e Eva se reata em Jesus e Madalena.

 

O que foi fragmentado por Yaodabaoth em sua queda será reintegrado por Abraxas redimido, operando através da comunhão dos filhos da Luz.

 

 

O Arcano da Reintegração

 

Jesus e Madalena encarnam o mistério central: ele é Logos  Cristo; ela Sophia Cris. Ele, Sol; ela, Lua. Ele, espada; ela, cálice.

 

Na união de ambos, surge o Graal, símbolo do Espírito Santo transmutado em carne viva. Dessa comunhão nasce Sara Kali, arquétipo da humanidade divinizada, herdeira da luz e do sangue espiritual.

 

Essa verdade foi velada por séculos, perseguida pela Igreja exotérica, mas preservada por fraternidades da Luz, ordem interna da Ecclesia Lux. Pois sabiam que sem a alquimia sexual, sem a comunhão alquímica, não há reintegração completa e consequentemente a humanidade permaneceria presa e escravizada aqui no abaixo sob domínio do império da Igreja Romana.

 

A verdadeira Gnose não se realiza apenas em estudos ou orações, mas na prática da união polar, onde o homem encontra a mulher, o positivo encontra o negativo, e ambos descobrem que são um só corpo de luz.

 

Para encerrar, Sophia desceu para dar vida e deixou em nós a centelha de luz divina à reintegração.

 

Abraxas, caído, foi redimido e agora trabalha pela unificação de tudo o que foi separado.

 

O mito de Adão e Eva recorda-nos da queda; a história de Jesus e Madalena revela-nos a chave da reintegração.

 

A Alquimia Sexual ou bodas alquímicas, são a via pela qual essa reintegração se torna viva. Pois as formas inertes criadas por Yaodabaoth e que Sophia soprou vida, Cristo e Madalena consumaram espiritualmente na união sexual, selando o pacto eterno da luz e da sabedoria.

 

E assim, cada buscador que aceita trilhar esse caminho redescobre que o verdadeiro templo não está nas pedras externas, mas no coração e no corpo transfigurado pela comunhão. Pois ali, na união sagrada das polaridades, a humanidade inteira reencontra sua origem divina e dá o primeiro passo para tornar-se o que sempre foi: um ser de luz em processo de reintegração.

 

Lux Invicta

FR+ Irmão Leigo

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